Bolsonaro teme transição de poder "não pacífica" na Venezuela
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro acompanha com “muita
atenção” os desdobramentos da crise na Venezuela. Ele admitiu que teme um
processo de transição não pacífico entre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
e o interino, Juan
Guaidó. Segundo ele, o Brasil “está no limite” do que pode fazer em
relação ao país vizinho.
“A história tem mostrado que as ditaduras não
passam o poder para a oposição de forma pacífica. Nós tememos as ações do
governo ou melhor da ditadura do governo Maduro”, afirmou Bolsonaro em
entrevista à TV Record no intervalo do Fórum Econômico Mundial (Davos, na
Suíça).
Para o presidente, o
mesmo temor é compartilhado por outros países. “Obviamente há países fortes
dispostos a outras conseqüências”, ressaltou. "O Brasil acompanha com
muita atenção e nós estamos no limite do que podemos fazer para restabelecer a
democracia naquele país”, acrescentou.
Bolsonaro disse que a preocupação do Brasil é
com a população venezuelana. “Desde há muito nós falamos que o bem maior de um
homem e uma mulher é a sua liberdade e que [para o] povo venezuelano, nós
queremos restabelecer sua liberdade.”
Reconhecimento
Ontem (23) o Brasil foi um dos primeiros países
na América Latina a reconhecer Juan Guaidó como
presidente interino da Venezuela. Em sua conta no Twitter, Bolsonaro, postou
mensagem de apoio a Guaidó. Ao lado de líderes estrangeiros, o presidente
reiterou a colaboração brasileira ao governo recém-declarado.
"O Brasil apoiará política e economicamente
o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à
Venezuela", disse na rede social. O Ministério das Relações Exteriores do
Brasil também divulgou comunicado sobre o reconhecimento de Guaidó.
Ontem Guaidó, que é o presidente da Assembleia
Nacional, se declarou presidente interino da Venezuela durante juramento em uma
rua de Caracas. Antes do juramento, ele reiterou a promessa de anistia aos
militares que abandonarem Maduro e apelou para que fiquem “do lado do povo”.
Repercussão internacional
O governo dos Estados Unidos se manifestou
reconhecendo Guaidó como presidente da Venezuela. A decisão foi reforçada pelo
presidente, Donald Trump, e pelo vice-presidente, Mike Pence, em suas contas na
rede social Twitter. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos,
Luis Almagro, também reconheceu Guaidó e felicitou o deputado pelo juramento.
Entenda o caso
A situação na Venezuela se agravou após a
eleição de Maduro para novo mandato, o que é contestado pela comunidade
internacional. Ele tomou posse em 10 de janeiro na Suprema Corte. Para Brasil, o Grupo de Lima, que reúne 14
países, e a Organização dos Estados Americanos (OEA), o mandato é ilegítimo e a
Assembleia Nacional Constituinte deve assumir o poder com a incumbência de promover
novas eleições. Guaidó chegou a ser preso e liberado. A
Assembleia Nacional, então, declarou "usurpação da Presidência da
República" por Maduro.
Fonte: Agência Brasil
Sugestões de pauta poderão ser enviadas pelo e-mail: debatecarajas@gmail.com ou pelo Whatsapp (94) 99181 8448.
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