Ex-Presidente Lula terá novas sentenças até abril
Na mesa da juíza federal Gabriela Hardt -
substituta de Sérgio Moro na 13.ª Vara Federal de Curitiba - estão dois
processos da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem ter sentenças até abril, quando o petista
completa um ano de prisão.
Em caso de condenações, os dois processos que
podem, segundo investigadores e advogados, triplicar a pena de prisão de Lula
são o da compra de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo, e de um
apartamento em São Bernardo do Campo e o do sítio em Atibaia (SP). Em ambos, o
petista é acusado de receber propina de empreiteiras por meio dos imóveis em
troca de contratos da Petrobrás.
O caso do terreno deve ser o primeiro a ser
julgado. Está concluído para sentença desde 12 de dezembro. A ação do sítio
chegou para a juíza substituta na semana passada e pode ser julgada pelo
magistrado que ocupará a vaga de titular deixada por Moro.
Investigadores da Lava Jato e advogados que
atuam nos processos consideram o acervo de provas dessas ações mais robusto que
o da primeira sentença, em que Lula foi condenado por Moro em julho de 2017, no
caso do triplex do Guarujá (SP). O então juiz sentenciou o ex-presidente a 9
anos e 6 meses de prisão - posteriormente, a pena foi aumentada na segunda
instância para 12 anos e 1 mês.
Nos arquivos do MyWebDay e Drousys - programas de computador
que serviram para controle contábil e de comunicação de despesas ilícitas da
Odebrecht - estão boa parte das transações que teriam Lula - identificado como
"Amigo" nos registros da empresa - como beneficiário de corrupção.
Outro material
apontado como prova contra Lula nos processos são os registros de custeio e
montagem da cozinha do sítio de Atibaia pela OAS. São notas fiscais, projetos,
e-mails e prestações de contas os envolvidos. Esse mesmo tipo de material foi
usado na sentença do ex-presidente no caso do tríplex.
O acervo, segundo
investigadores, conta ainda com contratos e recibos "simulados",
lançamentos contábeis de pagamentos que teriam ocultado propinas, e-mails,
anotações, ligações telefônicas, confissões de colaboradores, laudos periciais,
entre outros, que comprovariam o envolvimento de Lula na corrupção na
Petrobrás.
Nas alegações
finais dos dois processos em que pede a condenação de Lula, o Ministério
Público Federal disse ter apresentado "vasto, sólido e coeso acervo
probatório". Lista "provas documentais, testemunhais e periciais,
inclusive obtidas em diligências de busca e apreensão ou afastamento de sigilo
bancário, fiscal e telemático".
Os procuradores
anexaram ainda documentos que, segundo a força-tarefa, indicam que Lula atuou
em 2009 para garantir a "perpetuação (do esquema), deixando de adotar
qualquer providência para fazê-lo cessar". Os processos apontam acerto de
cerca de R$ 230 milhões em propinas da Odebrecht e da OAS com políticos e
agentes públicos ligados ao PT.
Parcialidade
A defesa de Lula
sustenta que a indicação de diretores da Petrobrás estava relacionada ao papel
de Lula como presidente, não de "líder ou sequer participante de um
esquema criminoso". Segundo os advogados, não há provas de que ele é o
dono do sítio e o imóvel, comprovadamente, pertence a Fernando Bittar e Jonas
Suassuna. "Não sendo dono, não é o beneficiário das benfeitorias "
Contesta ainda provas de que o petista teve envolvimento direto com a compra do
terreno destinado ao instituto.
Os advogados
apontam supostas nulidades do processo e pedem a absolvição do petista. Nas
alegações finais do processo do sítio, a defesa dedica um capítulo à parte ao
aceite de Moro para chefiar o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro.
Para os defensores, nem o ex-juiz nem Gabriela Hardt têm imparcialidade para
julgar o petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Correio Braziliense
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