Política de A–Z: Jader Barbalho é Renan Calheiros; Vale e a caixa-preta do BNDES; Bolsonaro em Davos

Senado
Podem apostar que Renan Calheiros, envolvido em vários casos de corrupção e personagem principal da Lava Jato por recebimento de suposta propina paga a ele e ao senador Jader Barbalho pelos construtores da usina de Belo Monte, será candidato, mais uma vez, à presidência do Senado.

Jader é Renan
Aqui, Jader é Renan desde o engatinhar. Ambos possuem muitas afinidades e semelhanças. A principal é que resistiram à onda de renovação que varreu o país, ano passado. Jader elegeu o filho governador e elegeu a si próprio. Renan fez exatamente a mesma coisa.

Adeus
Mário Couto, ex-senador da República pelo Pará, apartou-se do Partido Progressista. Em carta enviada ao presidente do PP no estado, deputado Beto Salame, Couto comunicou sua desfiliação da sigla.

Força Nacional

Pedido feito, favor negado. Não deveria ser assim, mas o ministro Moro não deve mesmo enviar a ajuda solicitada pelo governador de 500 homens da Força Nacional ao Pará, porque todo o contingente já está empregado em outros entes da federação.

Davos
O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso de apenas 6 minutos na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ele afirmou que tem credibilidade para fazer as reformas de que o País precisa, mas não citou a da Previdência. O presidente falou em corte de impostos e prometeu combater a corrupção. “Temos o compromisso de mudar nossa história”.
Novo Brasil
“Esta viagem é prova da importância que atribuo às pautas que este fórum promove”, disse ele. “Esta viagem também é para mim uma grande oportunidade de mostrar para o mundo o momento único em que vivemos em meu país e para apresentar a todos o novo Brasil que estamos construindo”.
Combate à corrupção

“Pela primeira vez no Brasil um presidente montou uma equipe de ministros qualificados. Honrando o compromisso de campanha, não aceitando ingerências político-partidárias que, no passado, apenas geraram ineficiência do Estado e corrupção”, disse Bolsonaro, citando a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como o “homem certo para o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro”.
Reeleição
Bolsonaro disse ao Washington Post que sua decisão sobre concorrer ou não à reeleição em 2022 ainda não foi tomada. A declaração contraria seu discurso de campanha — na eleição, ele disse ser contra a concepção de buscar mais quatro anos no Planalto. Na época, pois, Bolsonaro frisou tratar-se de mudança constitucional, que depende de aprovação do Congresso.

Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro disse ao SBT que não se afastará do mandato de senador para se defender das suspeitas no caso Fabrício Queiroz. Afirmou ser contra milícias e que a homenagem que fez a um ex-policial acusado de comandar o Escritório do Crime se deu quando “estava começando discussão sobre o que era isso [milícia]”.
Coaf
Em entrevista para a agência de notícias Bloomberg, o presidente afirmou que, se Flávio errou e isso for provado, ele terá de pagar pelos atos dele. Flávio Bolsonaro figura no noticiário nacional desde que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrou que Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador eleito, movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”.
BNDES

A Vale, que explora o minério de ferro do Pará e aufere lucros astronômicos, enquanto o estado patina na pobreza, violência desenfreada e é vítima de graves crimes ambientais, está entre as quatro maiores empresas devedoras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O terceiro lugar é de outra gigante que também mantém altos negócios no Pará, a Norte Energia, que administra as hidrelétricas de Belo Monte e Tucuruí.
Caixa-preta
A Vale deve ao BNDES R$ 22,4 bilhões; a Norte Energia, R$ 25,3 bilhões. O primeiro lugar, disparado entre os maiores devedores, é a Petrobras, com R$ 62,4 bilhões; o segundo lugar é da Embraer — fabricante de aviões —, que deve R$ 49,3 bilhões.
Vitória
A desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, autorizou a deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo, do PSL, a receber denúncias de alunos contra professores que façam proselitismo político em sala de aula. Na decisão, disse não ver ilegalidade no uso da estrutura do gabinete para acionar outros órgãos públicos, sobretudo quando estudantes forem vítimas de “ofensas e humilhações”.
Decisão
“Não vislumbro nenhuma ilegalidade na iniciativa da (…) deputada estadual eleita, de colocar seu futuro gabinete como meio social condensador do direito que todo cidadão possui, estudantes inclusive, de peticionar a qualquer órgão público denunciando ato que entenda ilegal praticado por representante do Estado, sobretudo quando se tratar de ofensas e humilhações em proselitismo político-partidário travestido de conteúdo educacional ministrado em sala de aula”, anotou a magistrada em sua decisão.
Polêmica

Quem não deve ter gostado nem um pouco da decisão da desembargadora foi a direção do Sintepp — Subsede Marabá. Em outubro passado, o sindicato protocolou representação contra a página Endireita Marabá no Ministério Público, ocasião em que usufruiu do subterfúgio do processo movido contra a deputada eleita em SC. “Provavelmente [a representação] foi arquivada”, disse o EnDireita Marabá.

Jean Wyllys

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou que não tomará posse para o novo mandato. Ele disse que está de férias fora do Brasil, sem falar em qual país, e afirmou que não voltará. O deputado disse, em uma rede social, que “preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores”. Não vale ficar nos Estados Unidos, Jean.
Supostas ameaças

A assessoria de Jean Wyllys informou que ele tem recebido ameaças e, por isso, decidiu não assumir o terceiro mandato parlamentar. A posse dos deputados federais eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na eleição de outubro. De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, seu suplente é o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ).
Resistência

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que a situação do país é ‘muito grave’. “A situação do país é, realmente, muito grave, e a gente tem defendido que a resistência democrática no país é necessária. O Jean era, e ainda é, uma nesse processo de resistência democrática”, afirmou o presidente do PSOL. “A decisão dele é de caráter pessoal”, acrescentou.
Alegria

David Miranda, o suplente de Wyllys, publicou post, no Twitter, com a foto do marido e dos filhos dizendo que “hoje minha vida não tem mais espaço pra tanto orgulho e felicidade”. Parece que a tristeza da ‘resistência’ não o contagiou.

Interino

Mão aberta levantada, Juan Guaidó, 35, jurou encarregar-se do Poder Executivo da Venezuela, sendo muito aplaudido por manifestantes que foram às ruas para um grande protesto pedindo a saída do ditador Nicolás Maduro. Centenas de milhares foram às ruas na capital Caracas e em outras cidades. Logo após o juramento de Guaidó, os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecê-lo como presidente interino — no total, 14 países já o fizeram, inclusive o Brasil.

Tirano

Maduro saiu ao balcão do palácio de Miraflores, disse que seu país cortaria as relações com os EUA e ordenou que os diplomatas norte-americanos deixassem o país em 72 horas. O ditador desautorizou Guaidó e voltou a afirmar que foi eleito de forma legítima pelas urnas, em maio, em pleito contestado pela oposição e pela comunidade internacional. Em mais de uma hora de discurso, Maduro falou sobre os benefícios que seu governo havia prometido no último dia 10, em sua posse, quando disse que o salário mínimo teria um aumento. Também falou sobre planos sociais e para moradia. Maduro levantou a Constituição e disse que a obedece ao pé da letra.
Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, invasor da Ucrânia, telefonou para Nicolás Maduro, a quem seu país fornece armamentos. Disse que o que chamou de “interferência externa destrutiva” na Venezuela é uma “violação grosseira das normas fundamentais do Direito Internacional”. Autoridade maior no assunto não há.
Vaticano

O papa Francisco disse, em nota divulgada pelo Vaticano, que “apoia todos os esforços que permitam poupar sofrimento” à população da Venezuela. Com isso, ele evita tomar partido na crise pela qual o país atravessa.

Posse

Na próxima sexta-feira, 1º de fevereiro, Câmara dos Deputados e Senado Federal empossam os novos deputados e senadores eleitos em outubro de 2018. A cerimônia é rápida, não há discurso dos parlamentares, apenas a fala do deputado (na Câmara) e do senador (no Senado) que presidirá a sessão. Em seguida, ocorre a eleição do presidente e demais cargos da mesa diretora.

Comissões

Dez partidos políticos compõem a bancada do Pará no Congresso Nacional: PT, PSC, MDB, PSD, PSB, PTB, PSOL, DEM, PSDB e PRB. A maior bancada partidária é a do PSD, na Câmara, com três deputados; e a do MDB, no Senado, com dois senadores. Essa informação é importante porque é esse o critério para a composição das comissões das duas Casas.

O que pedem as ruas?

Segurança, segurança. Mais, muito mais segurança, é o que atestou pesquisa da XP Investimentos e do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que revelou que 58% da população considera que as primeiras medidas do Congresso este ano devem tratar da segurança pública (reformas econômicas foram citadas por 33% e iniciativas relativas a valores e costumes, por 5% dos entrevistados).


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Estudante e estagiário no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). E-mail: vinnicius@carajas.info.

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