Gustavo Bebianno: Cai o primeiro ministro do governo Bolsonaro
Após um fim de semana
de apreensão no cenário político brasileiro, foi confirmada na tarde desta ontem (18), a exoneração do ministro Gustavo Bebianno da
Secretaria-Geral da Presidência da República. A declaração foi dada
em coletiva de imprensa concedida pelo porta-voz do governo, o general Rêgo
Barros. "O senhor presidente agradece sua dedicação à frente da pasta, e
deseja sucesso na nova caminhada", disse o porta-voz.
Com a saída
de Bebianno, o general da reserva Floriano
Peixoto Vieira Neto assume a pasta, por escolha do próprio
presidente, Jair Bolsonaro. Com a chega de Peixoto, o
governo federal passa a ter oito militares com status de ministro. Apesar de ter negado a demissão de Bebianno na sexta-feira (15/2),
Bolsonaro informou, nesta segunda-feira, que "diferentes pontos de vista
trouxeram a necessidade de uma reavaliação". Em vídeo, o presidente
reconheceu o esforço do ex-ministro frente à campanha presidencial, em outubro,
e afirmou que o trabalho de Bebianno foi importante para o êxito da disputa
presidencial.
A queda de
Bebianno de um dos cargos mais importantes do governo começou após denúncias de
que uma candidata do PSL à Câmara dos Deputados havia sido usada como
laranja, nas eleições de 2018. Maria de
Lourdes Paixão concorreu pelo estado de Pernambuco e teve um número
inexpressivo de votos, na contramão da quantia destinada à ela durante a
campanha. A candidata recebeu R$ 400 mil reais do fundo partidário. À época,
Bebianno era presidente do PSL.
Bebianno
havia dito à imprensa que não havia crise no governo, e que já teria conversado
com o presidente sobre o assunto e que estava tudo bem. No olho do furacão, o
agora ex-ministro passou a ligar para Bolsonaro, que estava internado no
hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ser submetido a uma cirurgia, para
a retirada da bolsa de colostomia que usava desde a facada que
recebeu, em 6 de setembro do ano passado.
Carlos
Bolsonaro, filho do presidente e vereador pelo mesmo partido no Rio de Janeiro,
negou que Bebianno e o presidente tivessem conversado e chamou o então ministro de mentiroso.
Nas redes sociais, ele publicou um áudio, onde Bolsonaro "dispensa" o
ministro e deseja-lhe "boa sorte". A desculpa era de que o chefe do
executivo só estava tratando, por telefone, assuntos de extrema importância,
por recomendação médica. O tuíte foi compartilhado por Bolsonaro no dia seguinte.
Bolsonaro e
Bebianno se encontraram na última sexta-feira (15/2), junto com o
vice-presidente Hamilton Mourão e os dois ministros - da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Segundo o porta-voz Rêgo Barros, esse teria sido o último dia em que o
presidente teria falado com o ministro.
Ameaças
O
ex-ministro afirmou nesta segunda-feira que está recebendo ameaças pelo
WhatsApp desde o fim de semana. Apesar de não ter dado mais detalhes sobre as
ameaças, ele informou que já identificou algumas pessoas e que vai tomar
previdências.
Pelas redes
sociais, os filhos de Bolsonaro voltaram a atacar Bebianno nas redes sociais. O
deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou um link de um texto que chama o
ministro de "traidor" e "funcionário incompetente".
Fonte: Correio Braziliense
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