Ponte da Alça Viária recebe manutenção no Rio Guamá
A Secretaria de Estado de Transportes (Setran) iniciou,
nesta quarta-feira (6), a manutenção preventiva da Ponte Rio Guamá, situada no km
14 da Alça Viária (PA-483). A estrutura é a última do complexo de
quatro de pontes no sentido Moju-Belém, capital do estado do Pará.
O serviço é uma continuidade às obras
realizadas na Ponte
Rio Moju, iniciadas no final do mês de janeiro. Localizada no
quilômetro 48 da rodovia estadual, a estrutura teve sete pilares avariados
e dilatação anormal na junta das pistas. Os problemas foram
provocados por vários choques de embarcações no ano passado.
Na ponte Rio Guamá estão sendo feitos serviços
de manutenção dos cabos estais, tirantes - cabos de aço - que sustentam um
trecho de 600 metros da estrutura. A operação é conduzida pela Polícia
Rodoviária Estadual (PRE), pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), e
pela empresa responsável pela manutenção dos 152 cabos de aço que sustentam a
estrutura da ponte. Em todo o trajeto foram colocados alertas de
redução de velocidade para garantir a segurança dos pedestres, operários e
motoristas. O trânsito ficou mais lento, mas não houve interrupção do tráfego
de veículos.
"Reconhecemos o transtorno, mas o trabalho
preventivo é necessário para que não tenhamos de trabalhar de forma
emergencial, como está ocorrendo na ponte Rio Moju, que ficou quase um ano sem
reparos, após um choque de uma embarcação", explica João Renato Aguiar,
diretor Técnico da Setran.
Ponte Rio Moju
Na estrutura sobre o Rio Moju será
necessária a recuperação de sete pilares, que estão com a estrutura
metálica exposta e com problemas de corrosão e desgaste. O choque das
embarcações provocou ainda uma dilatação maior do que o habitual entre dois
blocos de concreto que compõem as pistas de rolamento.
Os operários trabalham nesta fase na
recuperação dos pilares. Foram montados dois canteiros de obras nas duas
margens do rio, próximo à ponte. Um barco e uma balsa garantem a mobilidade dos
operários, que se revezam nas atividades em terra e na água, conforme o regime
das marés.
O trabalho conta com apoio de mergulhadores do
Corpo de Bombeiros, que fazem o relatório da situação dos pilares que ficam
submersos. A partir dessas informações, a equipe de engenharia da Setran
determina as intervenções nessas áreas, substituindo as ferragens
danificadas e revestindo com concreto os pilares. Nesta fase está mantido
o tráfego de veículos no local.
Na segunda fase da obra deve haver a
interrupção pontual do tráfego de veículos para resolver o problema
de dilatação observada no eixo central da ponte, que tem 868 metros de
extensão e 23 metros de altura. O problema se deve à falta de uma placa de
borracha, chamada neoprene, que impede o contato direto entre o metal das vigas
e o concreto da pilastra de sustentação. A ausência do material faz com que
haja um desgaste maior e, consequente, o aumento da junta de dilatação entre os
blocos de concreto. A obra de recuperação da ponte rio Moju terá
ainda a revitalização da sinalização náutica na área e a implantação de novas
defensas para evitar os choques de embarcações com a estrutura.
Obra é esperança para moradores
Viver às margens do rio Moju, próximo às pontes
que ficaram muito tempo sem manutenção preventiva, é motivo de preocupação para
os moradores da área. Josiel Santos, dono de um barco que realiza pequenos
fretes há mais de 30 anos, disse que viver e trabalhar na área é difícil e
perigoso.
"Todo problema é provocado pelas grandes
embarcações, que batem, danificam a ponte e vão embora. Eu já escapei de morrer
por causa da imprudência dos condutores dessas embarcações, que não respeitam
os barcos pequenos e não ficam alertas para a estrutura da ponte ",
alertou.
David Carvalho, que mora muito próximo à
ponte, diz que os acidentes com embarcações deixam sua família
preocupada, pois todos dependem dela para fazer o transporte de açaí, que
coletam às margens do rio Moju. "A gente vive com medo, mas a
chegada dos operários nos deixou menos preocupados, pois se a ponte
precisar ser interditada muito tempo, como vamos tirar nosso sustento da venda
do açaí?", questionou.’
Fonte: Agência Pará
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