Prisão, busca e apreensão rondam a Universidade Federal Rural da Amazônia
Operação “Saldo Zero”, realizada na manhã desta quarta-feira (27), no
Pará, visa apurar a atuação de organização criminosa responsável por desviar
recursos públicos destinados a projetos de pesquisa, transferidos pela Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA) à Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino
em Ciências Agrárias (Funpea).
Estão sendo cumpridos
sete mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão nos
municípios de Belém (PA) e Ananindeua (PA). A investigação, iniciada
em 2018, teve origem a partir de denúncia da Reitoria da UFRA, que ao
implementar controles internos recomendados pela Controladoria-Geral da União
(CGU), identificou fraudes em extratos bancários apresentados pela Funpea.
A auditoria realizada
pela CGU constatou que dos R$ 23 milhões repassados à Funpea, entre 2014 e
2018, nenhum dos objetos previstos em 16 projetos examinados foram concluídos,
sendo que a maioria sequer foi iniciada. Além disso, não existe perspectiva de
conclusão dos projetos em virtude da situação de insolvência da Fundação. A organização criminosa é
composta por servidores ativos da UFRA, eleitos para cargos de direção da
Funpea; sócios de empresas fornecedoras de bens e serviços; e funcionários da
Fundação.
Investigações apontaram
que os recursos eram desviados principalmente pela contratação de empresas
ligadas a funcionários da Funpea por meio de licitações direcionadas. Somente
uma empresa “de fachada” vinculada a ex-empregados recebeu pagamentos que
totalizam R$ 12.035.399,64 para prestação de serviços de assessoria, porém não
comprovados.
A Operação Saldo Zero faz
referência aos valores encontrados nas contas correntes dos projetos, cujos
recursos foram integralmente desviados pela organização criminosa. O trabalho conta com a
participação de 12 auditores da CGU, além de policiais federais e servidores do
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
Texto: DOL
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