Bagunça generalizada: Motim no Ministério da Educação tenta derrubar Ministro Ricardo Vélez
Olavo de Carvalho estaria fomentando motim
Há um motim dentro do próprio Ministério da
Educação (MEC) para enfraquecer e derrubar
Ricardo Vélez
Rodríguez. Funcionários ligados ao filósofo Olavo de Carvalho
passaram a ventilar nomes de possíveis substitutos alinhados ideologicamente a
eles. O movimento exarceba a rivalidade entre os três grupos presentes na
pasta, ideólogos, militares e técnicos.
Ricardo Vélez está pressionado devido a polêmicas
Enquanto
isso, Vélez despachou normalmente em seu gabinete durante o dia, mas cancelou
uma viagem de 14 dias que faria a Israel, Alemanha e Dubai, que começaria hoje. No
fim da tarde, ele pediu uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro. Ele
estava acompanhado dos assessores e ex-alunos Marco Antônio Barroso Faria
e Bernardo Goytacazes, e ainda da deputada federal Bia Kicis (PFL-DF). Havia a
expectativa de que ele poderia deixar o cargo, mas ao sair foram publicadas no
Diário Oficial as exonerações do grupo ligado a Olavo.
Carlos Nadalim é um crítico de Paulo Freire
Entre
os nomes que começaram a aparecer em notas na imprensa para substituir Vélez
hoje estão o do secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, que defende um
método fônico e a educação domiciliar. O outo é o militar Eduardo Melo, que
está na lista dos exonerados.
Segundo fontes, Melo seria um dos organizadores
do movimento de enfraquecimento do ministro. A outra articuladora seria a
assessora Bruna Becker, da área de políticas internacionais da pasta. Ela é
ligada a Felipe Martins, discípulo de Olavo e assessor internacional do
presidente Jair Bolsonaro.
A
briga começou na semana passada quando o ministro resolveu afastar diversos
funcionários que defendiam políticas de viés ideológico no MEC. A mais
importante delas, revelada pelo Estado, uma carta enviada às escolas pedindo
que o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido e que crianças fossem filmadas
cantando o Hino Nacional.
Antônio Tozi passou a influenciar ministro
Vélez
deixou os olavistas de lado e passou a se aconselhar com seus ex-alunos e com o
secretário-executivo Luiz Antonio Tozi, que foi diretor do Centro Paula Souza,
administrador das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) em São Paulo. Ele é o
principal representante do chamado “grupo técnico” do MEC. Além dele há Tania
Almeida, secretária de Educação Básica, que também veio das Fatecs, Anderson
Correia presidente da Capes e ex-reitor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica
(ITA).
O
grupo defende que o MEC passe a focar em políticas educacionais de evidência
comprovada e abandone o discurso ideológico. Os “olavistas” dizem que
um grupo “tucano” e que não segue as ideias de Bolsonaro. Os técnicos
rivalizam com outros dois segmentos dentro do MEC, dos seguidores de Olavo e de
alguns militares.
Silvio Grimaldo é ligado a Olavo de Carvalho
Nos
últimos dias, Silvio Grimaldo, ex-aluno de Olavo e exonerado nesta
segunda-feira, postou diversas vezes nas redes sociais, acusando Tozi e o
militar Ricardo Wagner Roquetti de manipulares Vélez. O militar acabou sendo
afastado também.
Grimaldo
postou em sua página no Facebook que o “expurgo de alunos do Olavo de Carvalho
do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora”
(sic). “Nem as trairagens do Mourão ou Bebianno chegaram a esse nível”. Ele
ainda compartilhou uma publicação de seu guru Olavo, em que diz “tudo o que
estão dizendo e fazendo contra os meus poucos alunos que têm cargos no governo
é para bloquear a Lava-Jato na Educação”.
Texto: Estadão
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