Política de A–Z: Maurino Magalhães é confrontado em entrevista seis anos após deixar o poder; Helder Barbalho exonera Jardel Rodrigues da Silva e Bolsonaro cobra desculpas de ministro Ricardo Vélez Rodríguez

Entrevista
Na noite de segunda-feira (25), o portal Carajás Info teve uma longa e esclarecedora conversa com o ex-prefeito de Marabá Maurino Magalhães de Lima. Capixaba, nascido na Vila de Itabaiana, no Espírito Santo, em 6 de março de 1958, governou Marabá no quadriênio 2009–2012. Abaixo, seguem elencados os principais pontos da entrevista com o político:


Rejeição
“Eu sou muito bem recebido em todos os lugares que vou, nos quatro cantos da cidade e fora dela; ando de cabeça erguida e com o [sentimento de] dever cumprido. Nunca foi tão bom andar na rua. Como fui tão criticado pela mídia na época, hoje a população reconhece que não persegui nem prejudiquei ninguém, e conseguimos avançar na Educação. A rejeição diminuiu.”

Caixa 2
“Não é verdade [que recebi Caixa 2 na campanha de 2008], fui inocentado das denúncias do empresário. Tanto é verdade que eu voltei a governar pouco tempo depois. Fui muito perseguido pela minha condição simples.”
Obstáculos
“Vinícius, o maior obstáculo que enfrentei [em 24 anos de vida pública] foi a discriminação por ser simples, um homem que veio da roça, e [ter] conquistado a confiança popular. Nunca aceitaram, até hoje.”
Obras
“A duplicação da Transamazônica; a ampliação do Hospital Municipal; os estacionamentos da Nova Marabá; o Residencial Tiradentes; a regularização fundiária, com Filadélfia e São Miguel da Conquista integrados ao contexto urbano; e tantas outras obras.”
Premiação
“(...) Marabá não tinha aterro sanitário e o adequado tratamento do lixo. Conseguimos realizar o tratamento e fomos classificados em terceiro lugar no Brasil [na feira Urbantec], e entre as 300 cidades de 36 países.”
Ideologia
“Nem direita nem esquerda. Sou a favor dos direitos constituídos; pelo fim da desigualdade social; e por um país livre, onde todos possam ter o direito de ir e vir.”
Carreira
“Eu estou à disposição da população. Tenho uma missão com o nosso povo e nossa gente. Mas como sempre digo, tudo é permissão de Deus.”
Caiu
O Governo do Pará exonerou o servidor Jardel Rodrigues da Silva, que exerceu a função de subchefe da Casa Civil do governador Helder Barbalho (MDB). O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado do Pará na edição de quinta-feira (28). O agora ex-servidor é acusado de fazer parte de esquema de corrupção na Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), que desviou, entre 2014 e 2018, R$ 23 milhões. *Quarta-feira (27)
Nota
O Governo do Pará, por meio de nota aos meios de comunicação, esclareceu que Jardel ocupou o cargo de subchefe da Casa Civil apenas nos dias 14 e 15 de fevereiro. “Nas edições dos dias 15 e 18 de fevereiro do Diário Oficial do Estado, foram publicados atos assinados pelo servidor como chefe em exercício, mas esses atos são referentes aos dias 14 e 15, já que as publicações saem sempre no dia seguinte”, detalha o comunicado.
Senado do Futuro
O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) foi eleito vice-presidente da Comissão Senado do Futuro. Na reunião que marcou a instalação dos trabalhos da comissão — que tem como objetivo ouvir as demandas da população para o desenvolvimento dos trabalhos —, ficou decidido que os próximos encontros serão realizados às quintas-feiras, 11h. 
Brasil–Alemanha
O deputado Nilson Pinto (PSDB-PA) foi eleito presidente do colegiado de deputados que compõem o Grupo Parlamentar Brasil–Alemanha. Em sua primeira reunião para elaboração do Plano de Ação a ser desenvolvido em 2019, o Grupo Parlamentar Brasil–Alemanha decidiu que os deputados perscrutarão políticas públicas implementadas na Alemanha e que possam ser replicadas no Brasil.
Salobo
Tremores de terra, na área onde está localizada a barragem de cobre da mineradora Vale, no projeto Salobo — localizado em Marabá, mais próximo, porém, da divisa com Parauapebas — estão deixando apreensivas as famílias que vivem praticamente embaixo da colossal barragem. Elas não conseguem mais dormir direito, e durante o dia ficam de vigília para qualquer anormalidade, temendo o rompimento. E a Vale nada faz.
Glória a Deus
Cabo Daciolo, que recebeu 1,3 milhão de votos na eleição presidencial do ano passado, sacramentou sua ida para o Podemos e fechou acordo para ser candidato à Prefeitura do Rio em 2020.
Brumadinho
A Defesa Civil de Minas Gerais atualizou para 186 o total de mortos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro. Ainda há, oficialmente, 122 desaparecidos.
Paulo Preto
Apontado como operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, foi condenado pela juíza federal Maria Isabel do Prado a uma pena de 27 anos e oito dias. De acordo com a sentença da juíza, sete anos dessa pena têm de ser cumpridos em regime fechado. O ex-diretor da Dersa e outras 32 pessoas haviam sido denunciados pelo Ministério Público pela formação de um cartel de empreiteiras para a construção do trecho sul do Rodoanel. 
Impedidos
Depois de Gilmar Mendes se declarar impedido de atuar em processos que envolvam João de Deus, Luiz Fux deixou a relatoria de um pedido de soltura alegando motivo de foro íntimo. O médium está preso sob a acusação de abusar sexualmente de mulheres que frequentavam seu espaço em Goiás. 
Pressão
Com o fim do pagamento do auxílio-moradia, decretado pelo STF em novembro, procuradores aumentaram a pressão sobre o Conselho Superior do MPF para agregar penduricalhos aos seus contracheques. Um projeto que o conselho deve julgar nesta sexta-feira (1º) prevê o pagamento de uma gratificação por acúmulo de funções.
Armas
A Polícia Militar do Distrito Federal decidiu recolher 401 submetralhadoras defeituosas e proibir, por dois anos, a empresa Forjas Taurus de participar em licitações ou contratar com o governo local. A companhia também será multada depois que o prejuízo com o lote for calculado.
Ilona Szabó
O Ministério da Justiça divulgou nota na qual informou que o ministro Sérgio Moro decidiu revogar a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Na nota, o ministério informou que a revogação foi provocada por “repercussão negativa em alguns segmentos” da sociedade. Cientista política, Ilona Szabó tem mestrado em estudos de conflito e paz pela Universidade de Uppsala (Suécia) e é especialista em redução da violência e política de drogas. 
Educação
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que cobrou diretamente a Ricardo Vélez Rodríguez que pedisse desculpas e desfizesse a ordem para que escolas enviassem vídeos de alunos cantando o Hino Nacional. Em contrapartida, informou que o ministro da Educação está investigando se o MST está impondo a estudantes que cantem o hino da Internacional Socialista.
Economia
A Bolsa de São Paulo caiu quase 2% depois de Jair Bolsonaro sinalizar que apoia mudanças na proposta de reforma da Previdência, como a redução de 62 para 60 anos da idade mínima para mulheres se aposentarem. 
Jair Bolsonaro
Depois da reunião no Palácio do Planalto, Bolsonaro manifestou publicamente seu apoio ao presidente autodeclarado interino da Venezuela, Juan Guaidó. Em declaração à imprensa, Bolsonaro afirmou que o Brasil atuará, dentro da legalidade, para restabelecer a democracia no país vizinho. “Nós não pouparemos esforços dentro da legalidade, da nossa Constituição e das nossas tradições para que a democracia seja restabelecida na Venezuela. E isso só será possível com eleições limpas e confiáveis. Nos interessa uma Venezuela livre, próspera e economicamente pujante”, disse o presidente. 
Diplomacia
No café com jornalistas, Jair Bolsonaro disse que, se Nicolás Maduro quiser, ele toparia conversar, desde que o ditador se comprometa com um processo de redemocratização. Segundo o relato de Heraldo Pereira, da TV Globo, o presidente disse que cobraria a convocação de eleições livres, com observação internacional e participação ampla da oposição. 
Juan Guaidó
Em seu pronunciamento, o presidente autoproclamado da Venezuela — que é o presidente da Assembleia Nacional, equivalente ao Congresso Nacional venezuelano — agradeceu o apoio do governo brasileiro na ajuda humanitária ao país vizinho, e classificou o encontro com Bolsonaro como um marco no resgate das relações entre os dois países. “É um marco para resgatar um relacionamento positivo que beneficie nossa gente. Na Venezuela, estamos lutando por eleições livres, no marco da Constituição, democráticas”, afirmou o líder opositor, reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil, como presidente legítimo do país.
Crise
Guaidó citou, também, o número de 300 mil venezuelanos em situação de “emergência de morte”, e outros 3 milhões em risco humanitário em decorrência da crise política e econômica que afeta o país. Para o presidente interino, a Venezuela não vive um dilema entre dois grupos ou duas ideologias. “Não é certo que na Venezuela exista um dilema entre guerra e paz. O dilema é entre democracia e ditadura, entre a miséria e a prosperidade”, afirmou.
Anistia
Questionado sobre qual a solução para tirar Nicolás Maduro do poder, Guaidó repetiu a oferta de anistia e garantias para os militares que defendem a ditadura. “O que não podemos fazer é viver com ressentimentos”, disse.
Estudante e estagiário no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). E-mail: vinnicius@carajas.info.

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