Bolsonaro: Destino de Ministro da Educação é decidido hoje em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou
que vai decidir nesta segunda-feira o destino do ministro da Educação, Ricardo Vélez
Rodríguez, alvo de críticas desde a sua posse.
Entre os cotados para o cargo estão o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e o
presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), Anderson Ribeiro Correia. Mas, segundo o Estado apurou, ainda não houve o
convite.
Bolsonaro
também quer que cada um dos seus ministros faça um balanço da sua área nesta
semana para marcar os 100 dias do seu governo.
“Não é tanta notícia ruim como a imprensa vem publicando”, afirmou ele, após
participar de um churrasco na casa de um amigo em Brasília, neste domingo. O
compromisso não estava na agenda oficial.
O
dono da casa, Ricardo Zelenovsky, foi companheiro de Bolsonaro do Exército. Ao
deixar o local, ele disse que estava com amigos da turma de 1974. “O mais novo
sou eu, todo mundo é general, e eu sou capitão.” O fim de semana foi intenso, com conversas e
articulações para o substituto de Vélez. O ministro enfrenta uma crise que vem
desde sua posse, com disputa interna entre grupos adversários, medidas
criticadas, recuos e quase 20 exonerações. Na semana passada, um de seus
principais assessores foi exonerado pela Casa Civil,
o que indicou mais ainda seu enfraquecimento.
Cotados. O nome mais forte
é o do senador Izalci Lucas, que tem recebido apoio da bancada do PSL e também
de entidades não governamentais ligadas à educação. Izalci foi contador de
escolas particulares no Distrito Federal e atuante na Comissão de Educação
quando era deputado. Apesar de ter sido um dos autores de um projeto sobre o
Escola sem Partido, fontes ligadas a ele dizem que o senador não toca mais no
assunto e não levaria essa bandeira para o MEC. Há também resistência de
lideranças do PSDB a entrar no governo.
Um
nome que aparece associado a ele é o do ex-reitor da Universidade de Brasília
(UNB) Ivan Camargo, engenheiro elétrico e filho de militar, que poderia compor
a equipe em uma eventual gestão. Camargo também já foi cotado para assumir o
próprio cargo de ministro.
Já
Anderson Correia tem o apoio da bancada evangélica no Congresso. Ele foi reitor
do Instituto de Tecnologia Aeronática (ITA), é evangélico e tem bom
relacionamento com pastores de São Paulo. Além disso, é ligado ao grupo militar
que ajuda o governo desde a transição.
Outro
nome que chegou a ser mencionado foi o do ex-diretor da Fundação Getulio Vargas
(FGV) Stavros Xanthopoylos. Ele se reuniu como vice-presidente Hamilton Mourão
em Cambridge, nos Estados Unidos, neste fim de semana.
Há
movimentações ainda para tentar emplacar o diretor do Instituto Ayrton Senna
Mozart Neves, que chegou a ser chamado antes de Vélez e depois foi desconvidado pela pressão dos evangélicos.
E o último cotado seria Álvaro Moreira Domingues, presidente do sindicato das
escolas particulares do Distrito Federal.
Bolsonaro
também quer resolver nesta segunda a disputa na Agência Brasileira de Exportações e
Investimentos (Apex). O presidente Mário Vilalva tem
apoio dos militares e está em crise com diretores próximos do ministro das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Depois
do churrasco, o presidente comentou o acesso irregular de seus dados
fiscais por servidores da Receita Federal.
Disse que funcionários do órgão vinham “bisbilhotando” seus dados durante todo
o ano passado. “Não sei qual o objetivo”, completou.
Texto: Estadão
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