Política de A–Z: Marabá, 106 anos — cidade hospitaleira e vitoriosa; fim do governo itinerante no Carajás; reforma da Previdência — incógnita na bancada paraense

106 anos
Marabá é terra de sol forte, cultura rica e povo hospitaleiro. A história da cidade, uma das maiores e mais ricas do estado do Pará, começa com a ocupação do território por comerciantes de drogas do sertão e chefes políticos foragidos de guerrilhas que tinham como palco o norte de Goiás. Em 1913, por influência sobretudo de Antonio da Rocha Maia, Marabá se emancipa.
Significado do nome

A denominação Marabá tem origem indígena e significa filho do prisioneiro ou estrangeiro, ou ainda, o filho da índia com o branco.

Localização

Marabá encontra-se entre dois grandes rios, Itacaiúnas e Tocantins. Vista de cima, o núcleo Velha Marabá tem o formato de “Y”. Localizada no sudeste do Pará, está entre o limite das cidades de Itupiranga, Jacundá e Rondon do Pará (ao norte); São Geraldo do Araguaia, Curionópolis, Parauapebas e São Félix do Xingu (ao sul); Bom Jesus do Tocantins e São João do Araguaia (ao leste); e Senador José Porfírio (ao oeste). A distância que separa Marabá da capital Belém é de 485 km.

Subdivisões
A cidade se divide em cinco núcleos urbanos distintos:
• Núcleo Marabá Pioneira ou Velha Marabá, localizada às margens dos rios;
• Núcleo Cidade Nova, onde se situa o aeroporto;
• Núcleo Nova Marabá, onde os bairros recebem o nome de folhas numeradas;
• Núcleo São Félix (I, II, III, IV), situados depois da ponte sobre o rio Tocantins;
• Núcleo Morada Nova, a 20 km de Marabá.
Há, também, núcleos rurais importantes, como as vilas Santa Fé, Trindade, União e Capistrano de Abreu.
Economia
Marabá vivenciou vários ciclos econômicos. Até o início da década de 80, a economia era baseada no extrativismo vegetal. Porém, a crise da borracha levou o município a um novo ciclo, desta vez, o ciclo da Castanha-do-Pará. Com o despontamento da Serra Pelada e por se situar na maior província mineral do mundo, Marabá também viveu o ciclo dos garimpos, que teve como destaque maior a extração do ouro. Hoje, a cidade é o centro econômico e administrativo de uma vasta região da Amazônia Legal, além de contar com mais de 200 indústrias, sendo a siderurgia (ferro-gusa) a mais importante.
Comemoração
O aniversário de 106 anos de Marabá será comemorado em grande estilo. Segundo a prefeitura, dois Núcleos de Educação Infantil e o Complexo Cultural Esportivo, localizado no Km 7, serão inaugurados, além de shows culturais e um grande campeonato esportivo.
Joelma
Hoje, a partir das 20h30, na Praça São Félix de Valois, shows de Diego Aquino, Miguel Ângelo e Joelma. Amanhã, a festa continua com apresentações musicais de DJ Condy, Simone, Ricardo e a dupla Caio Victor e Tinan. Dia 7, domingo, Mylla Karvalho representando o segmento evangélico/gospel.
Coisas do destino

Por falar na "musa" do calipso, quem a encontrou disfarçada no Aeroporto Internacional de Brasília foi o influenciador digital da terra Noé Lima, que está cursando Direito na capital federal e veio à cidade (no mesmo voo que a artista, inclusive) apenas para comemorar o seu e o aniversário da cidade. Lima completa ano neste sábado (6). Nossos parabéns!
"Queremos ouvir o Pará"

As audiências públicas pelo interior do Pará, durante o governo itinerante de Helder Barbalho (MDB), constituem uma necessidade. Há muita coisa a ouvir. As vozes das ruas querem desabafar, cobrar providências por anos de abandono. Antes, queriam falar, mas não havia quem se dispusesse a ouvi-las. O governo, centralizado em Belém, sob o controle de iluminados, dispensava a voz do povo. Não sabe o que perdeu.

Precedente

Magalhães Barata também ia ao interior, mas em vez de audiência pública, comparecia na casa de um ou outro caboclo, sobretudo o líder político do local, que deveria saber o que o povo precisava. Isto é, o governante, seja na década de 50, como fez Barata, ou hoje, como faz Barbalho, precisa estar sintonizado com os sentimentos da população, afinal, é ela quem paga os (altos) impostos que sustentam a máquina pública.

Previdência no Pará

A posição da bancada do Pará em Brasília quanto à votação da nova Previdência é uma incógnita. Não se pode contar nem com o delegado Éder Mauro (PSD-PA). Por outro lado, Helder foi o primeiro governador a se manifestar a favor da reforma. O PT, como se sabe, é contra, embora nenhuma proposta tenha apresentado (oposição tola).
Nova ponte
Em reunião com o governador na quarta-feira (3), o prefeito de Marabá, Sebastião Miranda Filho (PTB), acompanhado pelo chefe da SDU e por vereadores do município, fez um pedido que reflete um sonho antigo dos moradores dos bairros Filadélfia, Vale do Itacaiúnas e São Miguel da Conquista ao chefe do estado: “Me dê R$ 75 milhões para construir uma nova ponte sobre o rio Itacaiúnas na Folha 33, para desafogar as duas estruturas atuais”.
Compromisso
Barbalho consultou seu secretário de Transportes, Pádua Andrade, que opinou que a Prefeitura de Marabá contratasse a elaboração do projeto executivo e que o governo do estado construiria a ponte, com os dois acessos necessários. O governador aceitou e impôs essa condição ao chefe do Município, que concordou com a contraproposta. Segundo Pádua, pela Nova Marabá a ponte sairia entre o 4º Batalhão de Polícia Militar e a RBA TV, enquanto pelo lado da Cidade Nova ela chegaria ao bairro Filadélfia. O valor da obra estaria orçado entre 70 e 75 milhões de reais.
Destravada
Após crise com o Congresso, o presidente da República iniciou agenda diária com parlamentares. Com a trégua firmada com Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Jair Bolsonaro decidiu se envolver diretamente na articulação política e negociar com os partidos. Na quinta-feira (4), ele recebeu líderes do centrão e do MDB, que têm 166 deputados e 35 senadores, para discutir a reforma da Previdência. Bolsonaro afirmou ainda que passará a dedicar metade do seu dia a encontros com parlamentares. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o envolvimento do chefe do Executivo é vital para aprovar medidas no Congresso.
Apoio à reforma
O presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se reuniu na manhã da quinta-feira (4) com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Na saída, disse que a reforma da Previdência deveria ser focada na idade mínima e no tempo de transição. O tucano considera que o texto da reforma é muito complexo, longo e detalhista. Esse foi o terceiro de uma série de encontros de Bolsonaro com presidentes de partidos e parlamentares, iniciados pela manhã.
Emendas bloqueadas
Decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro bloqueou R$ 2,9 bilhões em emendas parlamentares. A medida faz parte de um contingenciamento maior, de R$ 30 bilhões, anunciado na semana passada. A tesourada atinge praticamente todos os órgãos. O bloqueio de gastos foi feito para que o governo cumpra a meta de resultado das contas públicas, cujo rombo é de R$ 139 bilhões para este ano.
Nota do Ministério
O corte não pode atingir gastos obrigatórios, como salários e aposentadorias, e ocorre apenas em despesas de manutenção da máquina pública, investimentos e emendas. O governo bloqueou R$ 1,9 bilhão de emendas impositivas individuais e R$ 1 bilhão de emendas impositivas de bancada. Em nota, o Ministério da Economia informou que os bloqueios são “equivalentes a 21,63% do montante das respectivas emendas, uma vez que esse foi o percentual da limitação global das despesas sujeitas a essa limitação”.
Pesquisa
Jair Bolsonaro, em discurso no Palácio do Planalto, citou a pesquisa da XP, segundo a qual a Presidência da República aparece em quarto lugar entre as instituições mais confiáveis: “É sinal de que estamos no caminho certo. O povo é que tem que dizer onde iremos, e não o contrário.”
Bolsa de apostas
Eduardo Melo, que foi demitido por Ricardo Vélez, pode voltar para comandar o MEC no lugar do ministro. Ele teria a bênção da ala “anti-stablishment” e de parte dos militares — sim, a ala militar se dividiu.
Vice-presidente
Hamilton Mourão desembarca hoje em Boston, onde inicia amanhã uma série de encontros com acadêmicos e empresários. O primeiro é com o professor de Harvard Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro de Lula e Dilma.


Estudante e estagiário no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). E-mail: vinnicius@carajas.info.

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