Congresso Nacional: Disputas e polêmicas na eleição para presidência das casas legislativas
Os novos deputados e senadores tomam posse nesta sexta-feira
num Congresso
com renovação recorde (87% no Senado e 47% na Câmara). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), aparece como favorito à reeleição. No Senado, a disputa
está acirrada, com oito candidatos. O mais forte é Renan Calheiros (MDB-AL), que já foi
presidente em quatro mandatos.
Na pauta, a prioridade, se depender do Planalto, será a
reforma da Previdência, que o governo quer aprovar neste semestre. E também o
possível pedido de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)
para investigar o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Fora da pauta,
o principal assunto deverá ser as investigações da movimentação financeira de
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que assume mandato no Senado amanhã.
A situação de Renan é
menos confortável do que a de Maia. Uma das rivais é do próprio MDB: Simone
Tebet (MS). Simone tem apoio de s tucanos e é vista com mais simpatia pelo
Planalto do que Renan. Mas, dificilmente, terá respaldo da legenda. A grande
incógnita é quem comandará as sessões de amanhã no Senado, o que poderia
resultar em eleição em segundo turno com voto aberto. É algo que pode
dificultar a situação de Renan, tanto pela resistência do Planalto a seu nome quanto
por protestos populares que enfrentou no passado, diante das acusações de
corrupção.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), também candidato, deve comandar a sessão das 15h, em
que serão empossados os novos senadores, e a das 18h, na qual haverá eleição de
presidente, vices e secretários. Esse é o entendimento da Secretaria-Geral da
Mesa, pois ele é terceiro-secretário suplente na legislatura atual. Nenhum dos
outros membros da mesa foi reeleito.
Câmara
Câmara
Na Câmara, Rodrigo Maia conseguiu apoio oficial de mais
três partidos: MDB, PP e PTB. Diante da resistência da esquerda em formar bloco
com o Centrão, eles decidiram se unir ao demista. Assim, ao menos participam
das negociações por espaços importantes na Casa. Maia agora conta com 15
partidos aliados, o que soma mais de 300 deputados, se conseguir o voto de
todos. Para que o presidente seja definido em apenas um turno, são necessários
257.
Caso ninguém
consiga atingir esse número, haverá segundo turno. Essa é a aposta de Fábio
Ramalho (MDB-MG), que não abriu mão de disputar como avulso, mesmo com apoio
formal do MDB ao atual presidente. “Não tenho medo de disputar com quem quer
que seja”, disse. Um dos rivais mais engajados de Maia, Ramalho acredita ter
até 200 votos.
O mesmo
ocorreu com PP e PSL. Ricardo Barros (PP-PR) também disputa como avulso, após a
bancada ter declarado apoio ao candidato do DEM. General Peternelli (PSL-SP)
contrariou a decisão do partido e lançou a própria candidatura. A
pulverização entre os aliados prejudica Maia mais do que os outros candidatos,
porque, quanto mais adversários competindo pelos votos, menos chances ele tem
de vencer em primeiro turno. Arthur Lira (PP-AL) e Alceu Moreira (MDB-RS)
retiraram as candidaturas, após as bancadas decidirem apoiar o candidato do DEM.
Ao definir
os presidentes, os parlamentares escolhem, indiretamente, nas mãos de quem
ficarão as principais comissões, secretarias e relatorias. As funções
estratégicas são a pauta principal nas negociações. A dificuldade de Maia é
agradar todo mundo. Por enquanto, ele prometeu ao PSL o comando da Comissão de
Constituição e Justiça, uma das mais cobiçadas. Pelo apoio do MDB, dará uma das
vagas de suplente da Mesa Diretora e o comando de uma das estruturas da Casa,
como Corregedoria ou Procuradoria Parlamentar. Já o PP ficará com a segunda
secretaria. Deputados de esquerda que conversam com Maia, em geral, não
pretendem votar em Marcelo Freixo (Psol-RJ).
Fonte: Estado de Minas
Post a Comment