Himalaia: Dois terços das geleiras podem derreter até o fim do século
Comunidades
inteiras têm a sua sobrevivência ameaçada pelas emissões de CO2 e o crescente
aquecimento global. Segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (4), se a
relação do homem com o meio ambiente não mudar, dois terços das geleiras do
Himalaia podem derreter até 2100.
A região
do Hindu Kush e o Himalaia (HKH), considerada o terceiro polo da Terra,
compreende um sistema de montanhas com uma superfície de 4,2 milhões de
quilômetros quadrados, que inclui parte do Afeganistão, Bangladesh, Butão,
China, Índia, Mianmar, Nepal e Paquistão.
O principal autor do estudo,
Philippus Wester, do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das
Montanhas (ICIMOD), afirma que "essa é uma crise climática da qual ninguém
ouviu falar". "O aquecimento global pode transformar os frios picos
cobertos de geleiras da HKH que percorrem oito países em rochas descobertas em
pouco menos de um século", alertou.
De acordo com o estudo, mesmo que
as metas impostas pelo Acordo do Clima de Paris sejam cumpridas, como limitar o
aquecimento global a 1,5°C, um terço das geleiras da região do Himalaia
derreterá durante este século. Como
lembra o 'G1', a região é onde ficam os mais altos picos do mundo, reserva
natural e bacias hidrográficas, que geram água, alimentos e energia a 240
milhões de pessoas que vivem nas montanhas. Cerca de 1,65 bilhão de pessoas
vivem nos vales e se beneficiam dos recursos e mais de 3 bilhões se abastecem
dos alimentos desenvolvidos nesse ecossistema.
Segundo o relatório divulgado
nessa segunda, o derretimento das geleiras causaria poluição do ar e
intensificação de fenômenos meteorológicos extremos, como seca, erosões e
deslizamentos de terra. O derretimento também afetaria o turismo, que é uma das
principais fontes de renda da região. As geleiras do Himalaia se
formaram há 70 milhões de anos e vêm derretendo desde a década de 1970.
Para não sofrer as consequências
diretas das mudanças climáticas, a região teria que investir mais de 4,6
bilhões de dólares por ano até 2030 e 7,8 bilhões de dólares até 2050. A pesquisa foi desenvolvida ao
longo dos últimos cinco anos por cerca de 350 pesquisadores de 22 países e 185
organizações.
Fonte:
Mundo Ao Minuto
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