Briga Pública: Militares defendem que Bolsonaro procure Rodrigo Maia

Ministros da ala militar do governo passaram a defender que o presidente Jair Bolsonaro "volte para o compasso" e chame o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar. A crise entre os dois começou na semana passada e, nesta quarta, Maia chegou a dizer que Bolsonaro está "brincando de presidir". O presidente, por sua vez, disse que "não existe brincadeira, muito pelo contrário".

Para ministros da ala militar, o Palácio do Planalto precisa focar na aprovação da reforma Previdência e não se perder em outros temas, como tem acontecido nos últimos dias, defendendo, por exemplo, as comemorações do golpe de 1964Um integrante do governo usou a seguinte expressão para definir a troca de farpas entre Rodrigo Maia e Bolsonaro: "Estamos gastando pólvora em chimango''. A expressão gaúcha significa gastar o tempo com bobagens.
Interlocutores do presidente avaliam que a reação da Câmara, ao aprovar a PEC do orçamento, se foi motivada por uma espécie de "crise de abstinência de protagonismo" do Legislativo. Afirmaram, contudo, que Bolsonaro já se convenceu de que precisa agradar políticos, o que parlamentares duvidam.

Mas há um entendimento nos bastidores do governo de que o presidente precisa "voltar para o compasso" e chamar Rodrigo Maia para "dançar", já que todos têm como objetivo a reforma da Previdência. "Ele é protagonista da reforma", disse um ministro ao blog. Maia, no entanto, lembrava na semana passada a quem o questionava que, quando ele criticou o ministro Sérgio Moro (Justiça), Bolsonaro não o procurou no dia seguinte.
Quem procurou Maia para apaziguar os ânimos foi o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, um dos bombeiros escalados para contornar a crise política entre o presidente da Cãmara e Bolsonaro. Daí a desconfiança de Maia e dos parlamentares com a mudança de postura de Bolsonaro que, segundo ministros, vai chamar líderes para conversar após a volta da viagem de Israel, marcada para a próxima semana. 

Enquanto isso, além das pautas econômicas que podem ser debatidas nas próximas semanas, como autonomia do Banco Central, deputados discutem pautar matérias de comportamento, área cara ao governo.
Texto: globo.com

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